Textos: António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
"A Costeira de Pedra"Começa no souto da roda e vai até ao lugar da costeira, sendo que o nome deste lugar deve-se à dita costeira.É uma subida bastante acentuada e ao cimo tem um cruzamento que: para a esquerda segue para o saibro através do "quelho"; para a direita segue para o lugar novo e para a frente segue para o centro do lugar do saibro.Muitas vezes nós tentávamos subi-la de bicicleta de pedal, mas a maior parte de nós nem a meio chegava.Outros rapazes havia que a subiam até ao cimo e ainda lhes sobravam forças. Havia alguns que tentavam subi-la...mas de costas para o guiador, mas não me recordo de algum ter chegado lá acima nessa posição, embora houvesse dois irmãos que subiam alguns metros de costas, eram o GUSTO e o ZÉ JOAQUIM PEDRAS, POIS ERAM DOIS MOÇOS COM BASTANTE FORÇA.No dia da festa de S. FRANCISCO DE ASSIS (sempre no terceiro domingo de Junho, é na descida desta costeira que a procissão é mais vistosa e atractiva para tirar fotos e fazer filmagens.O piso desta costeira é de pedra antiga, mas muito bonita, e por isso é que tem o nome de "COSTEIRA DE PEDRA.
"A POÇA DA ÁGUA DO SOUTO" Fica no lugar de "chã-de-ribeiras", na divisão deste lugar com o "Lugar Novo".É um sitio que tem uma fonte, cuja nascente é cinquenta ou cem metros acima, num lençol de água subterrâneo.Esta água sai da bica e cai num tanque que, a partir deste, vai para uma poça alguns metros abaixo. É esta que tem o nome de "poça da água do souto".Esta água é a que vai regar campos bastante abaixo, sendo que passa pelo "Lugar Novo", dirige-se ao lugar do Saibro e no rêgo do travesso atravessa a estrada em direcção à "Boavista", "Entre Devesas"e "Travesselas".Muitas vezes, nós os rapazes íamos tomar banho a esta poça, mas era mesmo só para refrescar, porque logo que lá entravamos, a água ficava toda suja de lodo.Quase todas as pessoas lá vão beber quando por lá passam, pois é uma água muito afamada.Perguntei a pessoas mais antigas o porquê do nome de"água do souto" e disseram-me que é porque lá existiam bastantes castanheiros.De facto, no campo que se lhe sobrepõe ainda há castanheiros, assim como nos campos um pouco mais abaixo ainda se vêem alguns castanheiros.
"A VENDA DO GÉNIO"Ficava ao fundo do lugar do SAIBRO, sendo mesmo (nessa época) a última casa deste lugar em direcção ao "rio do génio".Esta venda ficava mesmo em frente à casa dos irmãos Monteiro (ALBINO, JOAQUIM E JOSÉ). Já agora diga-se que estes irmãos eram todos solteiros, pelo que eram apelidados de "os irmãos solteirões", digo isto com todo o respeito em memória dos mesmos e da sua família que ainda vive. Fiz esta citação para uma melhor localização da dita venda.O nome "venda do génio" vem do seu proprietário que se chamava EUGÉNIO, O QUAL EU NÃO CONHECI. Nessa época (há dezenas de anos atrás) não havia qualquer café em Regadas, por falta de energia eléctrica, então a luz era de um candeeiro ou de um gasómetro. Era um sítio divertido porque lá dentro jogava-se às cartas... e cá fora jogava-se á malha e até se bebiam umas boas pingas.Esta venda mudava de gerência, mas nunca perdia o seu nome inicial.Hoje já não existe (foi demolida para dar lugar a uma nova moradia), mas aquele sítio ainda hoje é conhecido como... a venda do génio.
"O CAMPO DOS CODESSOS"
Na verdade, os primeiros pontapés na bola em Regadas foram dados no SOUTO DA RODA, no entanto, depressa passamos para o campo dos codessos, pois encontrava-se ali à mão de semear.Este campo encontra-se abaixo da estrada do cemitério, no Lugar Novo, e foi de facto ali que muitos rapazes de Regadas aprenderam a dar uns chutos na bola mais ou menos em condições.O seu nome surgiu porque neste campo, por falta de uso, nasceram codessos. Então, unindo esforços, conseguimos eliminar parte desse codessal e aí jogávamos futebol. Claro está, que o seu dono não gostava muito, mas nós lá íamos teimando e levando a nossa avante.Mais tarde conseguiu-se fazer novo campo de futebol nas CERDEIRINHAS, onde ainda hoje é o campo oficial de REGADAS.Foi a partir do campo das Cerdeirinhas que se filiou a equipa de Regadas no INATEL e mais tarde na associação de futebol de braga. Mas o velhinho campo dos codessos ainda é o que deixa mais saudades a muitos de nós.
"A BOUCINHA"É um lugar de REGADAS com apenas uma casa.Este lugar é composto unicamente por uma lavoura, a qual tem o nome de "quinta da boucinha" e a água para o seu regadio sai do "rio do avial" em levadas (regos).Lembro-me de várias famílias, que cultivaram esta quinta, mas de quem mais e melhores recordações tenho é do Sr. NOVAIS, pois ainda hoje lhe chamamos "o sr. novais da boucinha" sendo que toda a sua familia é conhecida pelos "novais da boucinha" e até gostam que assim se lhes chame.Era (e é) uma gente muito popular e franca, sendo que posso garantir que não se lhe conhece qualquer inimigo.Nesta lavoura eram agradáveis tanto a vindima como a desfolhada e bastava o senhor Novais falar que aparecia logo um rancho de pessoas para ajudar as ditas tarefas.Quem fosse ajudar esta família podia contar com a alegria da mesma, pois cantava-se durante os trabalhos e normalmente quem começava as cantigas era o Sr. Novais.Nas vindimas comia-se bacalhau frito com pão cozido pela Sra. Domicilia e bebia-se vinho, tudo isto à descrição. Nas desfolhadas, que normalmente eram à tardinha ou a noite, comia-se sardinhas fritas acompanhadas com o tal pão caseiro e vinho da própria quinta, tudo também com fartura.Na boucinha juntava-se o útil ao agradável: alegria e fartura.
"OS FORNOS…"… é um carvalhal que ainda existe no lugar do SAIBRO e era sítio de brincadeiras para crianças e de namoro para os mais crescidotes.Nós, as crianças, brincávamos mesmo no meio do caminho que lá existe; os mais crescidos escolhiam os lugares mais recatados (lá para as coisas deles)... ai não!!!Nos fornos também se faziam muitos acampamentos escutistas, o que era maravilhoso porque era (e é) um sítio fresquinho no Verão. Também se realizavam lá missas campais, que serviam para se fazer a promessa escutista.Embora o caminho para a Escola de Cortinhas (única nesse tempo) fosse pelo Souto-da-Roda, muitas vezes íamos pelos fornos, porque dava jeito para "gamar" fruta aos lavradores. Muitas vezes, tínhamos que correr, até à Escola, à frente dos mesmos. Mas como corríamos ‘como o diabo’ os lavradores não nos caçavam.Chegávamos à Escola cansadinhos de todo, mas a barriga já não tinha fome.Ai belos tempos...ai lindos fornos.
"OS POUSADOIROS"Hoje já são poucas, mas há algumas dezenas de anos atrás, muitas pessoas iam ao monte buscar lenha, ‘cisca’ e pinheiros para o lar, pois não havia grande dinheiro para comprar estas coisas. Esta lenha dava para aquecer a casa e ao mesmo tempo para se fazer de comer.Sendo que os carregos, às vezes, eram bastante pesados, e normalmente vinham às costas ou à cabeça, as pessoas precisavam de descansar um pouco para reaver as forças, e por norma faziam-no no “pousadoiro” da Mina da Cruz.Este “pousadoiro” encontrava-se (e ainda se encontra) num muro de pedra antiga mais ou menos em frente à casa do Sr. Valentim de Lemos. O dito muro agora é de betão, mas mantém a mesma linha e altura que tinha antes.Havia também o “pousadoiro” do Rio, mesmo em frente aos lavadouros, mas esse deixou de existir, pois foi demolido para dar lugar a uma vedação gradeada e a sua utilidade era a mesma do “pousadoiro” da Mina da Cruz.Ainda hoje, (embora raramente), se vê uma ou outra pessoa a descansar no velhinho “pousadoiro”.
VENDAS DA MINHA FREGUESIA
Hoje apetece-me falar das vendas que havia em REGADAS. Na nossa freguesia não havia energia eléctrica, por isso, também só havia um café. Como vinha energia eléctrica de Silvares para a serração do Silva, em Chã-de-Ribeiras, ele meteu-a em sua casa e abriu um café. Durante alguns anos, era o único café que havia, sendo que os outros negócios eram vendas, e era maioritariamente para as vendas que os homens gostavam de ir, para jogar duas de sueca ou de malha (patela).Então tínhamos (que eu me lembre): ‘a venda do Africano, a venda do Sr. Zé lixa, que mais tarde passou para seu genro Eugénio, a venda do Sr. Zé viela, a venda do Sr. Manuel Lemos, a venda do Sr. Valentim sacristão, a venda do Sr. João Coelho, a venda do Sr. Aníbal Costa, a venda do Sr. Bastos (a antiga), a venda do "Génio", a venda do Alves, no souto da roda, a venda do Alves de cima, a venda nova, a venda do Zézinho do souto, em Quintela, a venda do Luizinho da calçada, a venda do Sr. Albino do Inácio, a venda da "Cartilheira", que também foi do Sr. Zé Viela, e a venda do Sr. Andrade.Mais tarde, depois do 25 de Abril, apareceram outros negócios, mas já com energia eléctrica, pois todas as vendas tinham luz do candeeiro a petróleo ou do gasómetro a carboneto, e quase todas elas faziam troca de milho por farinha para cozer o pão.Eram muitas vendas...lá isso eram!
"O QUELHO"
É um carreiro estreito com cerca de 80 cm de largura e liga a estrada do Saibro e a Costeira de pedra. Este sítio servia para muitas brincadeiras, pois por ali fazíamos corridas a pé e de bicicleta, sendo que, muitas vezes raspávamos com o guiador da bicicleta ou com os braços no muro de um lado ou na rede do outro lado.Estas corridas, normalmente, começavam e terminavam no souto da roda. Começávamos a subir a costeira de pedra, ao cimo desta virávamos à esquerda para o quelho e na casa do Sr. Francisco "pistola" virávamos para o Souto-da-Roda para terminar a corrida. "O quelho" também servia (e serve) de atalho para as pessoas (principalmente as do Lugar Novo e da costeira) cortarem a direito, quando iam para a parte mais abaixo do Saibro ou mesmo para o rio do (génio). Também ainda se vê algumas pessoas (tal como eu) passarem lá para matar saudades.Hoje, o quelho tem o nome de Rua INFANTE D. HENRIQUE, mas nunca deixará de ser para os mais antigos: "o quelho".
" O ALTO DOS MOIROS"
É um monte que fica por detrás da escola de cortinhas. Na hora do recreio servia para fazermos as nossas brincadeiras.Alí jogavamos "ao lobo", "aos cowboys, "ao rou-rou", etc., etc. Não sei quando começou a chamar-se de "Alto dos Moiros", mas já outras pessoas mais antigas assim lhe chamavam. Dizia-se que havia lá campas de moiros, e havia quem dissesse que ao escavar para arrancar um raizeiro de pinheiro se encontravam tábuas de caixão. Não sei se os moiros já usavam caixões de madeira para os seus mortos, mas mesmo que usassem caixões, talvez a madeira não se conservasse ao longo de tantos séculos, mas como ficavam lá os buracos dos raizeiros na terra, era fácil que as pessoas acreditassem nisso. Então, as crianças ao ouvirem estas histórias pensavam que eram mesmo sepulturas de moiros. Até porque um raizeiro arrancado deixa lá um grande buraco. Eu acho que não havia moiro algum, mas, se as pessoas dizem (...).Seja como for, há-de chamar-se sempre "o Alto dos Moiros".
O ESCORREGADOIRO
Veio-me à memória o escorregadoiro da Mina da Cruz.Era um sítio (e ainda é), que todos os moços conheciam. Era conhecido pelo escorregadoiro, mas na verdade eram dois escorregadoiros muito próximos um do outro.Um era mais a pique do que o outro, sendo que a rapaziada mais arrojada escorregava no primeiro e os menos arrojados escorregavam naquele que tinha a descida mais suave.Para não rasgarmos as calças, arranjávamos rama de pinheiro para protecção, mas não adiantava muito, porque as calças rompiam – se mesmo nas nádegas.
Penso que não havia moço algum que não andasse com remendos nas (nádegas) calças.Já não podemos matar as saudades porque já não existem os ditos. Naquele sítio estão construídas casas (e muito bem), mas gostava de ver os meus netos irem lá rasgar as calças de vez em quando. Se calhar até eu ia lá dar uma escorregadela, e se rasgasse as calças não fazia mal...hoje até se usa a moda das calças rotas!
"A ESTRADA VELHA"
Fica na saída da estrada do rio do "génio" em Regadas, e é a estrada que vem de FAFE para FELGUEIRAS.Penso que todos (ou quase todos) os rapazes do lugar do SAIBRO foram para lá fazer as suas brincadeiras e jogos.Púnhamos duas pedras em cada berma da estrada, para servirem de balizas, e jogávamos a bola à vontade, pois sabíamos que passava um carro mais ou menos de hora em hora (ou até mais que isso).Também íamos até lá com as nossas motas de pau e com os carrinhos de rolamentos para darmos umas voltas.A descer, íamos dois em cima da mota, e a subir puxávamos à vez, sendo que não tinha pedais.Quando, ao longe, avistávamos um carro, encostávamo-nos à valeta para ele passar, e lá seguíamos nós as (nossas) brincadeiras sossegadinhos da vida, pois sabíamos que tardaria que passasse outro carro.Esta estrada era alcatroada desde a FONTE DA POUPA até FELGUEIRAS, mas desde FAFE até á FONTE DA POUPA era de terra.
Por este motivo, em REGADAS, chamávamos-lhe a estrada velha. Hoje está alcatroada e é nova, mas para as pessoas da minha geração ainda é ... "a estrada velha".
"O RIO DO SUMIDOIRO"
O rio do AVIAL e o rio do GÉNIO são os rios que passam em REGADAS e que na sua confluência formam o "rio do sumidoiro".Este rio, tem um canal que começa na ponte com o mesmo nome, e vai até à fábrica da luz em Corvête, (é um lugar da freguesia de Sendim), canal este que também tem o nome de: "Canal do Sumidoiro".Seguindo o seu rumo, vai juntar-se ao RIO VIZELA lá para a freguesia de JUGUEIROS.O nome "sumidoiro", foi passando de geração em geração, e é assim que é conhecido.Como a partir da ponte, o rio desce com bastante declive, até parece que a água se " some" na sua descida, e terá sido por causa disso que lhe chamaram de:"rio do sumidoiro".Há alguns anos atrás, numa conversa que tive com o meu saudoso amigo ARMANDO "SERRALHEIRO", fiquei a saber que o nome correcto não é esse.Segundo o meu amigo Armando, leu num livro a respeito deste sitio, e disse-me que este nome é "SEMIDOURO" e não sumidoiro, e explicou-me o porquê.É que, exactamente na confluência do rio do AVIAL, e do rio do GÉNIO, termina a província do MINHO, e começa a província do DOURO LITORAL. Daí o nome "SEMIDOURO".Só que para nós, os mais antigos, será sempre ..."O RIO DO SUMIDOIRO".
Homenagem
Permitam-me prestar homenagem a uma senhora que nunca exerceu profissão remunerada, mas que muito contribuiu (a par de outras pessoas) para o nome da nossa freguesia.Para sobreviver, esta senhora vendeu sardinhas, as quais carregava á cabeça numa canastra. Também vendeu castanhas cozidas á porta das vendas (tascas), castanhas essas que eram cozidas numa caçoila de barro á lareira, e que os homens compravam para terem o estômago calçado para mais uma pinguita, (com todo o respeito).Mas era mais conhecida porque durante décadas tirou areia dos rios e poças que vendia (ao preço da chuva), tanto para o nosso concelho como para os concelhos vizinhos.A areia era tirada dos rios e poças com um rodo, o qual tinha um cabo com uns bons metros de comprimento, que ao ser movimentado prá frente e para trás, libertava o lodo e assim tirava a areia limpa.Esta areia era vendida ao metro cúbico (tal como hoje), sendo que era transportada em tractores (agrícolas) e em carros de bois. Um carro de bois com as caniças media um metro cúbico, e um tractor media dois metros. Esta areia depois de tirada do rio e/ou poças era levada á cabeça em cestos até um local onde o tractor e o carro de bois pudessem ir carregar, e eram carregados á pá.Esta senhora também fazia os (então) chamados pós de Carnaval que os moços compravam para derramar nos cabelos das moças. Pós estes que eram tão miudinhos e feitos de papel de várias cores, que elas viam-se "desgraçadas" para os tirarem do cabelo (era Carnaval...).Foi com estes trabalhos manuais que esta Sra. criou quatro filhos.Era conhecida como a mulher da areia de REGADAS. De seu nome: OTILIA (ANTILIA)DOS VALES...MINHA MÃE, QUE DEUS TE GUARDE.Deixo aqui uma palavra de gratidão (embora a titulo póstumo) ao Sr. LUIS SOUSA "LUISINHO DA CALÇADA", que com o seu tractor, ajudou muito a que minha MÃE ganhasse a vida.
"A EIRA DO SR. ROQUINHO"
Situa-se no lugar do lameirão na divisão com o lugar do saibro. Esta eira está acima do nível da casa do Sr. Roquinho e um pouco abaixo do "altinho do Sr. António picro", sendo que aos domingos esta eira servia para a rapaziada ir namorar e também era sítio de dança desde que houvesse uma concertina ou um realejo.Há algumas dezenas de anos, fazia-se em Regadas um cortejo com rancho folclórico de quase todos os lugares da freguesia para angariar dinheiro para a festa de S. FRANCISCO DE ASSIS.Mais tarde, faziam-se só dois cortejos: NORTE E SUL DA IGREJA.Os lugares rivalizavam para ver qual o que levava o melhor e mais bonito cortejo e também qual o que angariava mais dinheiro para a dita festa.Também cada qual procurava levar as danças que mais agradassem às pessoas a realizar no SOUTO DA RODA um mês antes das festas.Na dita eira, o Sr. Roquinho deixava-nos fazer os ensaios para o rancho do "lugar do saibro", sendo que ainda dava de beber (vinho do seu) a quem lá ensaiava.Passo lá de quando em vez para matar saudades deste sítio, pois também morei muitos anos próximo da dita eira.
"O FORNO A LENHA DE MINHA MÃE"
Vou reportar-me ao tempo em que minha mãe (e outras) cozia pão no forno a lenha. Lembro-me que minha mãe deixava sempre de uma fornada de massa um bocadinho, da mesma, para servir de fermento para a próxima cozedura. Este bocadinho de massa ficava num cantinho da masseira (gamela) e quando fosse fazer nova cozedura acrescentava a farinha que queria cozer, que normalmente era uma rasa de medida e amassava até ficar pronta a levedar.
Então juntava a massa num monte e com a mão direita estendida ia fazendo uma cruz enquanto dizia uma ladainha.A ladainha era assim:"S. VICENTE TE ACRESCENTE,S. MAMEDE TE LEVEDE,S. JOÃO TE FAÇA PÃO, E QUE DEUS TE DÊ A BENÇÃO".
Então a minha mãe fazia três ou quatro bolos para comermos quentinhos e também se fazia sopas de vinho com bolo. A seguir lá cozia o pãozinho, que normalmente dava para oito dias. Ai! Velhos tempos... Ai! Minha querida MÃE.
GRUPOS E ASSOCIAÇÕES
Regadas é uma freguesia fértil em grupos e associações. A saber: CENTRO PAROQUIAL, ACSSR, OS CASTIÇOS, GRUPO DESPORTIVO, GRUPO CORAL, CORAL INFANTIL, IRMANDADE FRANCISCANA, RANCHO FOLCLORICO, CLUB ALFA, PEDESTERIANISMO, GRUPO DE CONCERTINAS, AMIGOS DA BORGA, AGRUPAMENTO DE ESCUTEIROS E GUIAS DE PORTUGAL. Refira-se que houve um outro, o "conjunto típico flor da aldeia", que em 1975 foi fundado por alguns rapazes e raparigas de Regadas. Eram eles(as):TONIO TEIXEIRA VIELA, ZÉ TEIXEIRA VIELA, ADÉRITO, ZÉ MARIA CHOUPO, QUIM VILELA, CELESTE LEMOS, ALICE DO SOUTINHO e CONCEICÃO. Este conjunto não chegou a estar registado em qualquer associação, porque com o casamento de uns, o serviço militar de outros e a falta de apoios não conseguiu vingar. A vestimenta deste grupo era casaco vermelho e calça preta e toda a fazenda para esta roupa nos foi oferecida pelo Sr. Eugénio Fernandes (génio pedras). Foi pena este grupo não ter vingado, pois era muito admirado pelas pessoas de Regadas. QUERO DEIXAR AQUI UMA PALAVRA DE GRATIDÃO AO SR. GÉNIO PELA AJUDA QUE NOS DEU.