domingo, 19 de dezembro de 2010

Agora…

Mário Hattos

Figurantes, figurinhas

Numa união sem nexo

Assustadas, coitadinhas

Tudo agora é complexo


Agora estão mansinhas

Em contraste com o começo

Já se foram as palmadinhas

Tudo agora é complexo


Suas caras sisudinhas

São consequência(zinhas)

Pela falta de arremesso


E se não há obrazinhas

P’rás pobres criaturinhas

Tudo agora é complexo.


31/10/2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

A “Árvore”

Álvaro Teixeira

Foi posta a semente na terra.
Nasceu um rebento: era a Árvore.
Com alguns cuidados, cresceu,
cresceu, tornou-se adulta.
Estava já apta a gerar vida,
Mas recusou-se a ser mãe.
“O buraco na camada do ozono;
A poluição na Terra, no ar e no mar;
O fabrico de armas químicas
e o poder nas mãos de loucos…”
Era o pessimismo.
Partir sem deixar descendentes
Seria um alívio, enquanto que deixando
filhos indefesos seria um pesadelo.
“Mas se alguém travar
esta corrida para o abismo?!”
Ficou indecisa.
“Não será irresponsabilidade não contribuir
para a continuação de vida na Terra?
Ia-se interrogando, enquanto que os frios
meses de Inverno davam lugar
a uma Primavera florida, linda, extasiante.
E os seus braços lá estavam,
Ainda pequeninos, os filhos,
Para garantirem a continuação de vida neste,
tão mal tratado, mas tão belo
pedacinho do Universo.

04-09-1990

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Misterioso e Revolto

António Teixeira (Chã-de Ribeiras)

Ó mar belo e perigoso,
Eu te peço por favor,
Não venhas cá fora de novo,
Não massacres mais o Povo,
Para não causares mais dor.

Não te posso censurar,
Por tua agitação ser feroz,
Por natureza és assim,
Capaz de causar o fim,
Sem te preocupares em nós.

O prejuízo que deste,
Em vidas e material,
Pudesses tu tê-lo evitado,
Pois tanto mal foi causado,
Por tua fúria infernal.

Serena-te ó mar infinito,
E não causes mais tristeza,
Não destruas mais a terra,
Pois já lhe basta a guerra,
Para perder a sua beleza.

O que aconteceu na Ásia
Provocou choro e ais,
Acalma-te ó mar revolto,
Em mil mistérios envolto,
Não faças ninguém sofrer mais.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Rio

Jorge Pimentel

Oh! Água do Homem
Que galegamente mudas
As margens férteis do Minho
Saudade pura da tua lida.

Rompe a rivalidade da terra
Amaina as ervas e os rochedos
Que amas secularmente tuas,
Pois tranquiliza-o no ventre.

Não sofras com a inerte água
Dos teus dias, a demora
Do Bem que te vivifica.

Sê continuamente o marco
Que eleva o outro lado
Da margem obscura e oca.

domingo, 28 de novembro de 2010

António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)

Ó Iraque, Iraque
Terra rica, terra pobre,
Por tantos és odiada;
Que mal cometeste tu
Para seres tão bombardeada?
As crianças não brincam, não riem,
Os velhinhos ficam mudos;
Há um silêncio de morte,
E cada um fica à espera,
À espera da sua sorte.
É a árvore que não se agita;
É o breu que te ensombra,
Será que as estrelas brilham?
Até os rios serenam;
Os pássaros não cantam,
Os cães não ladram!
Continua o silêncio de morte;
Então; as bombas rebentam,
E ditam… a tua sorte.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A quinta coluna

Mário Hattos (31/10/2010)

De virtudes desprovidas
Guiados pelo ancião
Silenciosos como o ladrão
Fizeram-se subversivos

Por caminhos escondidos
Porque sem aptidão
Temiam que a razão
Os deixasse logo vencidos

Agora, submetidos
À vontade do vilão
Sem norte, perdidos

Clamam pela atenção
Dos corações encardidos
Que no podre trono estão.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dor poética

Tiago Cunha

Donde escrevo, cabo de tormentas surdo e mudo,
Impensável de se atravessar por terra ou por mar.
Malditos vermes!
Incompreendidos! Despojados de razão.
Não entendem, aqueles que vivem do suor da caneta.
Fazendo com que mudem de pátria como quem troca de camisa.
Instável e franco, altivo e carinhoso, o poeta será sempre,
Sem pátria.
Percorre milhas e léguas, escorraçado, conhecendo Gregos e Troianos,
Para depois ser roubado, pilhado e privado da razão do seu viver.
O poeta cria o mundo com palavras,
Imitando o Deus do Génese, mas Deus sabia o que iria criar,
O poeta só o sabe depois……………….

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lorena

Álvaro Teixeira

Ela passou e
eu fiquei a olhá-la
Ela me olhou
quando gritei a chamá-la
Ela esperou
que eu dissesse o que queria
Mas continuou
sem me dar a alegria
de ouvir a sua voz…
Quando ela entrou
no carro que a levaria
Para trás olhou
e para mim sorria
Era gigante
o vazio que eu sentia
Quando naquele instante
em silêncio ela partia
sem eu saber p’ra onde…
Mas ela atirou
algo e eu apanhei
Era um cartão
com o qual fiquei
Surpreendido
porque nele me dizia
Faltar-lhe o sentido
sem o qual não podia
fazer ouvir sua voz…
...Lorena chegava
logo acenei a chamá-la
Lorena me olhava
e eu fiquei a olhá-la
Lorena me “ouviu”
dizer-lhe o que queria
Lorena assentiu
dando-me a grande alegria
de ficar comigo..

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mulher, Flor, Jardim

António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)

A mulher é um jardim
Que merece muito amor,
A mulher é um ser puro,
A mulher é um ser belo,
A mulher é uma flor.

Ninguém despreze a mulher,
E pela Flor haja respeito,
Não vá o jardim zangar-se
E até querer vingar-se
Por ser um jardim desfeito.

Se o jardim se zangar
e flores não produzir
É porque se quis vingar
De quem ousou maltratar
A flor, para o ferir.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Álvaro Teixeira

Seios descaídos
De leite esvaziados
Filhos chorando
Esfomeados!
Mãe pobre chorava
Por não poder acudir
Aos filhos que via
Aos poucos a sucumbir!
Também ela com fome
E sem poder caminhar
Como iria arrastar-se
Para os filhos sepultar?!
Gritou… De dor
De joelhos caiu
Mãos levantadas
E a Deus pediu:
- Meu Deus, meu Deus
Fazei que caia do céu
Alimento para meus filhos
Que lhes o não posso dar eu!
De repente sentiu
Que o leite voltou
E percebendo o milagre
Que Deus em si operou
Então d’alegria
Mãe pobre chorou!

domingo, 7 de novembro de 2010

Chuva

Tiago Cunha

Ela cai, mandada ou de livre vontade, não sei!
As rosas anseiam-na, os animais adoram salpicar-se nela.
Apenas ela nos limpa a sujidade de nos sujarmos,
Não falo da sujidade do homem que trata delicadamente o seu pedaço de terra, aliás isso
nunca foi sujidade, mas sim daquela, que nos faz matar uns aos outros, de odiar a nossa vida.
E de fazer correr lágrimas nos rostos das crianças.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bernardino Rocha

Amor agora!
Lá fora, longe da penumbra da memória
Deambula vaga e ténue a evidente consciência
Essa que me carrega e faz levitar da escória,
De uma sociedade podre fútil da loucura à demência
Mas na inocência, de cada florescer da eterna vida
Por cada lágrima jovial que te beija o rosto,
E na embriaguez perfumada da tua existência,
O apelo que aperta o meu pulsar frágil e gasto.
Eras tu na brisa dissolvida numa aurora
Flamejante, louca com teu odor inebriante.
És o arrepio que me trespassa na constante fúria,
No nunca relutante desejo de te possuir. Amor agora!

Já não bastava a dor de não ter,
A dor de querer o que na dor não quero.
Já não bastava no sonho a tentação,
A luz na noite romper com a escuridão.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Artesanato

Domingos de Sousa

A sina duma “mulata”

Álvaro Teixeira

Vivia em bairro-de-lata
Vestia roupas remendadas
Mas se sentia já farta
De tantas lágrimas choradas

Mala feita já partiu
Sem um destino traçado
E jamais alguém a viu
Naquele bairro “ensombrado”.

A viagem terminada
Um emprego procurou
Mas já se desesperava
Quando por fim o encontrou

Bom salário oferecido
“Bom de mais p’ra acreditar”
E o que tinha percebido
Se viria a confirmar

Correu então para a linha
Do comboio que passaria
E o que de mau a vida tinha
Para si, acabaria.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

jorro

Jorge Pimentel (1998)

Brotam as águas das fontes
Lúcidas no andar leve
Bóiam tílias verdejantes
No incêndio que deve…
Surge o calor do indeciso dia
Que se liga humildemente
Ao jorro translunar que ia
Consciente sem rumo nem mente.
De que lume ríspido saíste?
Que incêndio cabal traíste?
Que deseja do negro aquoso?
De novo me perdi na margem
Direita ou esquerda do meu centro
Sem destino que incêndio cativas?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Meu País… Meu País

António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)

Que raio de país é este,
Que nos parte os corações?
Uns trabalham de gravata
O trabalho não os mata
E ganham muitos milhões.
Mas há outros em desespero
E de cabeça perdida,
Eu partem p’ró estrangeiro
Para ganhar algum dinheiro
Mas sempre a arriscar a vida.


O País que agora temos
Não é o que eu conheci,
Pois muito me entristece
A às vezes me apetece

Fugir para longe daqui.

Peço aos nossos decisores
Que levantem o nosso país,
Para ver se o nosso povo
Começa a sorrir de novo
E volta a ser feliz.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A “chinesinha”

Álvaro Teixeira

Tinha cara pequenina
E um sorriso que encantava
Todo aquele que olhava
Sua cara de chinesinha

Vi-a já pela tardinha
Quando a casa regressava
Oh, mas que louco estava
Por sua cara redondinha

Cheguei-me junto da “chinesinha”
Que muito corada ficara
Assim que eu lhe falara
Duma grande paixão minha

Ouviu-me com todo o respeito
Mas depois que eu acabei
Oh, com que tristeza fiquei
Quando me disse: Não aceito.

E eu que esta esperançado
Em conquistar da “chinesinha”
Um beijo de sua boquinha
Fiquei assim desalentado.

PENSAMENTO

António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)

NADA ERA, AO NADA HEI-DE VOLTAR”
nada, pó,
fecundidade, geração,
feto,
nascimento, luz, criatura,
crescimento, conhecimento,
sabedoria,
infância, puberdade,
adolescência, adulto,
alegrias, tristezas,
envelhecimento, morte,
terra, pó,
nada.

domingo, 31 de outubro de 2010

Carta de poema


Jorge Pimentel

De Pessoa se corroe o Fernando
Num amor ofeliano do fingir
Se corre para o armazém
Vê-a e suspura do olhar
Se não dorme, escreve
Como doente à procura de cura
da indiferença, da solidão
E do Sentir mais uma noite amargurada
E intranquila que mata a faísca
Dum ego só, mudo, obreiro e cansado.
Vive a paixão da carta, do vocábulo
do fonema bé, ecoando no terno e carinhoso
espaço passionalmente nobre do diminutivo.
Na noitinha, no diinha, no minutinho, no segundinho,
Avança destemidamente para o lago
Das veias e artérias onde os pombos
Voam, rodopiam, voltam e revoltam,
Enquanto a névoa e a nuvem cobrem
A alma gentil que pertence a Outra
Lei e a uma Nova Ordem…
Para o Ortónimo
De Jorge Pimentel

sábado, 30 de outubro de 2010

Mãe pobre chorou


Álvaro Teixeira

Seios descaídos
De leite esvaziados
Filhos chorando
Esfomeados!
Mãe pobre chorava
Por não poder acudir
Aos filhos que via
Aos poucos a sucumbir!
Também ela com fome
E sem poder caminhar
Como iria arrastar-se
Para os filhos sepultar?!
Gritou… De dor
De joelhos caiu
Mãos levantadas
E a Deus pediu:
- Meu Deus, meu Deus
Fazei que caia do céu
Alimento para meus filhos
Que lhes o não posso dar eu!
De repente sentiu
Que o leite voltou
E percebendo o milagre
Que Deus em si operou
Então d’alegria
Mãe pobre chorou!

Cantares de Reis

António Teixeira (Souto-da-Roda)

1 - Cantares de reis

A noite chegou
A lua apareceu
Estrelas brilhando
Jesus já nasceu

Jesus já nasceu
Em corte de gado
Numa manjedoura
Em palhas deitado

Esta casa está brilhando
Com gente que vive nela
Ajudai-nos com bondade
Abri a vossa janela

Vimos dar as boas festas
Por caminhos e estradas
Cantando para todos voz
E um grupo de regadas

Nós nos vamos despedir
Carregando nossa cruz
Para todos boa noite
Ao encontro de Jesus


2 - Cantares de reis

Nasceu em Belém
Filho de Maria
Deitado nas palhas
A todos sorria

A todos sorria
Quando apareceu
Numa manjedoura
Virado pró céu

Vamos visitar Jesus
Convidamos toda gente
Guiados por essa luz
Estrela do oriente

Esta porta está fechada
Para não sair o calor
Pedimos que nos a abram
Já nasceu o salvador

Despedimo-nos desta casa
Agradecendo a bondade
Para todos boas festas
E a nossa amizade

3 - Cantares de reis

Tão pobrezinho Jesus já nasceu
Por todos nós ele viveu
Com alegria e muito amor
Pedindo a todos louvai o senhor

Numa manjedoura
Ao lado dos pais
Em palhas deitado
E entre animais

Vivam todos que aí estão
Nessa casa iluminada
Vimos dar as boas festas
Às pessoas desta casa

Somos um grupo de amigos
Cantando para todos voz
O deus menino nasceu
E também morreu noz

A visita já esta feita
Vamos dar a despedida
Agradecendo a todos
Gente boa gente amiga

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sítios da Minha Infância

Textos: António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)

"A Costeira de Pedra"
Começa no souto da roda e vai até ao lugar da costeira, sendo que o nome deste lugar deve-se à dita costeira.É uma subida bastante acentuada e ao cimo tem um cruzamento que: para a esquerda segue para o saibro através do "quelho"; para a direita segue para o lugar novo e para a frente segue para o centro do lugar do saibro.Muitas vezes nós tentávamos subi-la de bicicleta de pedal, mas a maior parte de nós nem a meio chegava.Outros rapazes havia que a subiam até ao cimo e ainda lhes sobravam forças. Havia alguns que tentavam subi-la...mas de costas para o guiador, mas não me recordo de algum ter chegado lá acima nessa posição, embora houvesse dois irmãos que subiam alguns metros de costas, eram o GUSTO e o ZÉ JOAQUIM PEDRAS, POIS ERAM DOIS MOÇOS COM BASTANTE FORÇA.No dia da festa de S. FRANCISCO DE ASSIS (sempre no terceiro domingo de Junho, é na descida desta costeira que a procissão é mais vistosa e atractiva para tirar fotos e fazer filmagens.O piso desta costeira é de pedra antiga, mas muito bonita, e por isso é que tem o nome de "COSTEIRA DE PEDRA.

"A POÇA DA ÁGUA DO SOUTO"
Fica no lugar de "chã-de-ribeiras", na divisão deste lugar com o "Lugar Novo".É um sitio que tem uma fonte, cuja nascente é cinquenta ou cem metros acima, num lençol de água subterrâneo.Esta água sai da bica e cai num tanque que, a partir deste, vai para uma poça alguns metros abaixo. É esta que tem o nome de "poça da água do souto".Esta água é a que vai regar campos bastante abaixo, sendo que passa pelo "Lugar Novo", dirige-se ao lugar do Saibro e no rêgo do travesso atravessa a estrada em direcção à "Boavista", "Entre Devesas"e "Travesselas".Muitas vezes, nós os rapazes íamos tomar banho a esta poça, mas era mesmo só para refrescar, porque logo que lá entravamos, a água ficava toda suja de lodo.Quase todas as pessoas lá vão beber quando por lá passam, pois é uma água muito afamada.Perguntei a pessoas mais antigas o porquê do nome de"água do souto" e disseram-me que é porque lá existiam bastantes castanheiros.De facto, no campo que se lhe sobrepõe ainda há castanheiros, assim como nos campos um pouco mais abaixo ainda se vêem alguns castanheiros.

"A VENDA DO GÉNIO"
Ficava ao fundo do lugar do SAIBRO, sendo mesmo (nessa época) a última casa deste lugar em direcção ao "rio do génio".Esta venda ficava mesmo em frente à casa dos irmãos Monteiro (ALBINO, JOAQUIM E JOSÉ). Já agora diga-se que estes irmãos eram todos solteiros, pelo que eram apelidados de "os irmãos solteirões", digo isto com todo o respeito em memória dos mesmos e da sua família que ainda vive. Fiz esta citação para uma melhor localização da dita venda.O nome "venda do génio" vem do seu proprietário que se chamava EUGÉNIO, O QUAL EU NÃO CONHECI. Nessa época (há dezenas de anos atrás) não havia qualquer café em Regadas, por falta de energia eléctrica, então a luz era de um candeeiro ou de um gasómetro. Era um sítio divertido porque lá dentro jogava-se às cartas... e cá fora jogava-se á malha e até se bebiam umas boas pingas.Esta venda mudava de gerência, mas nunca perdia o seu nome inicial.Hoje já não existe (foi demolida para dar lugar a uma nova moradia), mas aquele sítio ainda hoje é conhecido como... a venda do génio.
"O CAMPO DOS CODESSOS"
Na verdade, os primeiros pontapés na bola em Regadas foram dados no SOUTO DA RODA, no entanto, depressa passamos para o campo dos codessos, pois encontrava-se ali à mão de semear.Este campo encontra-se abaixo da estrada do cemitério, no Lugar Novo, e foi de facto ali que muitos rapazes de Regadas aprenderam a dar uns chutos na bola mais ou menos em condições.O seu nome surgiu porque neste campo, por falta de uso, nasceram codessos. Então, unindo esforços, conseguimos eliminar parte desse codessal e aí jogávamos futebol. Claro está, que o seu dono não gostava muito, mas nós lá íamos teimando e levando a nossa avante.Mais tarde conseguiu-se fazer novo campo de futebol nas CERDEIRINHAS, onde ainda hoje é o campo oficial de REGADAS.Foi a partir do campo das Cerdeirinhas que se filiou a equipa de Regadas no INATEL e mais tarde na associação de futebol de braga. Mas o velhinho campo dos codessos ainda é o que deixa mais saudades a muitos de nós.

"A BOUCINHA"
É um lugar de REGADAS com apenas uma casa.Este lugar é composto unicamente por uma lavoura, a qual tem o nome de "quinta da boucinha" e a água para o seu regadio sai do "rio do avial" em levadas (regos).Lembro-me de várias famílias, que cultivaram esta quinta, mas de quem mais e melhores recordações tenho é do Sr. NOVAIS, pois ainda hoje lhe chamamos "o sr. novais da boucinha" sendo que toda a sua familia é conhecida pelos "novais da boucinha" e até gostam que assim se lhes chame.Era (e é) uma gente muito popular e franca, sendo que posso garantir que não se lhe conhece qualquer inimigo.Nesta lavoura eram agradáveis tanto a vindima como a desfolhada e bastava o senhor Novais falar que aparecia logo um rancho de pessoas para ajudar as ditas tarefas.Quem fosse ajudar esta família podia contar com a alegria da mesma, pois cantava-se durante os trabalhos e normalmente quem começava as cantigas era o Sr. Novais.Nas vindimas comia-se bacalhau frito com pão cozido pela Sra. Domicilia e bebia-se vinho, tudo isto à descrição. Nas desfolhadas, que normalmente eram à tardinha ou a noite, comia-se sardinhas fritas acompanhadas com o tal pão caseiro e vinho da própria quinta, tudo também com fartura.Na boucinha juntava-se o útil ao agradável: alegria e fartura.

"OS FORNOS…"
… é um carvalhal que ainda existe no lugar do SAIBRO e era sítio de brincadeiras para crianças e de namoro para os mais crescidotes.Nós, as crianças, brincávamos mesmo no meio do caminho que lá existe; os mais crescidos escolhiam os lugares mais recatados (lá para as coisas deles)... ai não!!!Nos fornos também se faziam muitos acampamentos escutistas, o que era maravilhoso porque era (e é) um sítio fresquinho no Verão. Também se realizavam lá missas campais, que serviam para se fazer a promessa escutista.Embora o caminho para a Escola de Cortinhas (única nesse tempo) fosse pelo Souto-da-Roda, muitas vezes íamos pelos fornos, porque dava jeito para "gamar" fruta aos lavradores. Muitas vezes, tínhamos que correr, até à Escola, à frente dos mesmos. Mas como corríamos ‘como o diabo’ os lavradores não nos caçavam.Chegávamos à Escola cansadinhos de todo, mas a barriga já não tinha fome.Ai belos tempos...ai lindos fornos.

"OS POUSADOIROS"
Hoje já são poucas, mas há algumas dezenas de anos atrás, muitas pessoas iam ao monte buscar lenha, ‘cisca’ e pinheiros para o lar, pois não havia grande dinheiro para comprar estas coisas. Esta lenha dava para aquecer a casa e ao mesmo tempo para se fazer de comer.Sendo que os carregos, às vezes, eram bastante pesados, e normalmente vinham às costas ou à cabeça, as pessoas precisavam de descansar um pouco para reaver as forças, e por norma faziam-no no “pousadoiro” da Mina da Cruz.Este “pousadoiro” encontrava-se (e ainda se encontra) num muro de pedra antiga mais ou menos em frente à casa do Sr. Valentim de Lemos. O dito muro agora é de betão, mas mantém a mesma linha e altura que tinha antes.Havia também o “pousadoiro” do Rio, mesmo em frente aos lavadouros, mas esse deixou de existir, pois foi demolido para dar lugar a uma vedação gradeada e a sua utilidade era a mesma do “pousadoiro” da Mina da Cruz.Ainda hoje, (embora raramente), se vê uma ou outra pessoa a descansar no velhinho “pousadoiro”.
VENDAS DA MINHA FREGUESIA
Hoje apetece-me falar das vendas que havia em REGADAS. Na nossa freguesia não havia energia eléctrica, por isso, também só havia um café. Como vinha energia eléctrica de Silvares para a serração do Silva, em Chã-de-Ribeiras, ele meteu-a em sua casa e abriu um café. Durante alguns anos, era o único café que havia, sendo que os outros negócios eram vendas, e era maioritariamente para as vendas que os homens gostavam de ir, para jogar duas de sueca ou de malha (patela).Então tínhamos (que eu me lembre): ‘a venda do Africano, a venda do Sr. Zé lixa, que mais tarde passou para seu genro Eugénio, a venda do Sr. Zé viela, a venda do Sr. Manuel Lemos, a venda do Sr. Valentim sacristão, a venda do Sr. João Coelho, a venda do Sr. Aníbal Costa, a venda do Sr. Bastos (a antiga), a venda do "Génio", a venda do Alves, no souto da roda, a venda do Alves de cima, a venda nova, a venda do Zézinho do souto, em Quintela, a venda do Luizinho da calçada, a venda do Sr. Albino do Inácio, a venda da "Cartilheira", que também foi do Sr. Zé Viela, e a venda do Sr. Andrade.Mais tarde, depois do 25 de Abril, apareceram outros negócios, mas já com energia eléctrica, pois todas as vendas tinham luz do candeeiro a petróleo ou do gasómetro a carboneto, e quase todas elas faziam troca de milho por farinha para cozer o pão.Eram muitas vendas...lá isso eram!
"O QUELHO"
É um carreiro estreito com cerca de 80 cm de largura e liga a estrada do Saibro e a Costeira de pedra. Este sítio servia para muitas brincadeiras, pois por ali fazíamos corridas a pé e de bicicleta, sendo que, muitas vezes raspávamos com o guiador da bicicleta ou com os braços no muro de um lado ou na rede do outro lado.Estas corridas, normalmente, começavam e terminavam no souto da roda. Começávamos a subir a costeira de pedra, ao cimo desta virávamos à esquerda para o quelho e na casa do Sr. Francisco "pistola" virávamos para o Souto-da-Roda para terminar a corrida. "O quelho" também servia (e serve) de atalho para as pessoas (principalmente as do Lugar Novo e da costeira) cortarem a direito, quando iam para a parte mais abaixo do Saibro ou mesmo para o rio do (génio). Também ainda se vê algumas pessoas (tal como eu) passarem lá para matar saudades.Hoje, o quelho tem o nome de Rua INFANTE D. HENRIQUE, mas nunca deixará de ser para os mais antigos: "o quelho".

" O ALTO DOS MOIROS"
É um monte que fica por detrás da escola de cortinhas. Na hora do recreio servia para fazermos as nossas brincadeiras.Alí jogavamos "ao lobo", "aos cowboys, "ao rou-rou", etc., etc. Não sei quando começou a chamar-se de "Alto dos Moiros", mas já outras pessoas mais antigas assim lhe chamavam. Dizia-se que havia lá campas de moiros, e havia quem dissesse que ao escavar para arrancar um raizeiro de pinheiro se encontravam tábuas de caixão. Não sei se os moiros já usavam caixões de madeira para os seus mortos, mas mesmo que usassem caixões, talvez a madeira não se conservasse ao longo de tantos séculos, mas como ficavam lá os buracos dos raizeiros na terra, era fácil que as pessoas acreditassem nisso. Então, as crianças ao ouvirem estas histórias pensavam que eram mesmo sepulturas de moiros. Até porque um raizeiro arrancado deixa lá um grande buraco. Eu acho que não havia moiro algum, mas, se as pessoas dizem (...).Seja como for, há-de chamar-se sempre "o Alto dos Moiros".
O ESCORREGADOIRO
Veio-me à memória o escorregadoiro da Mina da Cruz.Era um sítio (e ainda é), que todos os moços conheciam. Era conhecido pelo escorregadoiro, mas na verdade eram dois escorregadoiros muito próximos um do outro.Um era mais a pique do que o outro, sendo que a rapaziada mais arrojada escorregava no primeiro e os menos arrojados escorregavam naquele que tinha a descida mais suave.Para não rasgarmos as calças, arranjávamos rama de pinheiro para protecção, mas não adiantava muito, porque as calças rompiam – se mesmo nas nádegas.
Penso que não havia moço algum que não andasse com remendos nas (nádegas) calças.Já não podemos matar as saudades porque já não existem os ditos. Naquele sítio estão construídas casas (e muito bem), mas gostava de ver os meus netos irem lá rasgar as calças de vez em quando. Se calhar até eu ia lá dar uma escorregadela, e se rasgasse as calças não fazia mal...hoje até se usa a moda das calças rotas!

"A ESTRADA VELHA"
Fica na saída da estrada do rio do "génio" em Regadas, e é a estrada que vem de FAFE para FELGUEIRAS.Penso que todos (ou quase todos) os rapazes do lugar do SAIBRO foram para lá fazer as suas brincadeiras e jogos.Púnhamos duas pedras em cada berma da estrada, para servirem de balizas, e jogávamos a bola à vontade, pois sabíamos que passava um carro mais ou menos de hora em hora (ou até mais que isso).Também íamos até lá com as nossas motas de pau e com os carrinhos de rolamentos para darmos umas voltas.A descer, íamos dois em cima da mota, e a subir puxávamos à vez, sendo que não tinha pedais.Quando, ao longe, avistávamos um carro, encostávamo-nos à valeta para ele passar, e lá seguíamos nós as (nossas) brincadeiras sossegadinhos da vida, pois sabíamos que tardaria que passasse outro carro.Esta estrada era alcatroada desde a FONTE DA POUPA até FELGUEIRAS, mas desde FAFE até á FONTE DA POUPA era de terra.
Por este motivo, em REGADAS, chamávamos-lhe a estrada velha. Hoje está alcatroada e é nova, mas para as pessoas da minha geração ainda é ... "a estrada velha".

"O RIO DO SUMIDOIRO"
O rio do AVIAL e o rio do GÉNIO são os rios que passam em REGADAS e que na sua confluência formam o "rio do sumidoiro".Este rio, tem um canal que começa na ponte com o mesmo nome, e vai até à fábrica da luz em Corvête, (é um lugar da freguesia de Sendim), canal este que também tem o nome de: "Canal do Sumidoiro".Seguindo o seu rumo, vai juntar-se ao RIO VIZELA lá para a freguesia de JUGUEIROS.O nome "sumidoiro", foi passando de geração em geração, e é assim que é conhecido.Como a partir da ponte, o rio desce com bastante declive, até parece que a água se " some" na sua descida, e terá sido por causa disso que lhe chamaram de:"rio do sumidoiro".Há alguns anos atrás, numa conversa que tive com o meu saudoso amigo ARMANDO "SERRALHEIRO", fiquei a saber que o nome correcto não é esse.Segundo o meu amigo Armando, leu num livro a respeito deste sitio, e disse-me que este nome é "SEMIDOURO" e não sumidoiro, e explicou-me o porquê.É que, exactamente na confluência do rio do AVIAL, e do rio do GÉNIO, termina a província do MINHO, e começa a província do DOURO LITORAL. Daí o nome "SEMIDOURO".Só que para nós, os mais antigos, será sempre ..."O RIO DO SUMIDOIRO".

Homenagem
Permitam-me prestar homenagem a uma senhora que nunca exerceu profissão remunerada, mas que muito contribuiu (a par de outras pessoas) para o nome da nossa freguesia.Para sobreviver, esta senhora vendeu sardinhas, as quais carregava á cabeça numa canastra. Também vendeu castanhas cozidas á porta das vendas (tascas), castanhas essas que eram cozidas numa caçoila de barro á lareira, e que os homens compravam para terem o estômago calçado para mais uma pinguita, (com todo o respeito).Mas era mais conhecida porque durante décadas tirou areia dos rios e poças que vendia (ao preço da chuva), tanto para o nosso concelho como para os concelhos vizinhos.A areia era tirada dos rios e poças com um rodo, o qual tinha um cabo com uns bons metros de comprimento, que ao ser movimentado prá frente e para trás, libertava o lodo e assim tirava a areia limpa.Esta areia era vendida ao metro cúbico (tal como hoje), sendo que era transportada em tractores (agrícolas) e em carros de bois. Um carro de bois com as caniças media um metro cúbico, e um tractor media dois metros. Esta areia depois de tirada do rio e/ou poças era levada á cabeça em cestos até um local onde o tractor e o carro de bois pudessem ir carregar, e eram carregados á pá.Esta senhora também fazia os (então) chamados pós de Carnaval que os moços compravam para derramar nos cabelos das moças. Pós estes que eram tão miudinhos e feitos de papel de várias cores, que elas viam-se "desgraçadas" para os tirarem do cabelo (era Carnaval...).Foi com estes trabalhos manuais que esta Sra. criou quatro filhos.Era conhecida como a mulher da areia de REGADAS. De seu nome: OTILIA (ANTILIA)DOS VALES...MINHA MÃE, QUE DEUS TE GUARDE.Deixo aqui uma palavra de gratidão (embora a titulo póstumo) ao Sr. LUIS SOUSA "LUISINHO DA CALÇADA", que com o seu tractor, ajudou muito a que minha MÃE ganhasse a vida.

"A EIRA DO SR. ROQUINHO"
Situa-se no lugar do lameirão na divisão com o lugar do saibro. Esta eira está acima do nível da casa do Sr. Roquinho e um pouco abaixo do "altinho do Sr. António picro", sendo que aos domingos esta eira servia para a rapaziada ir namorar e também era sítio de dança desde que houvesse uma concertina ou um realejo.Há algumas dezenas de anos, fazia-se em Regadas um cortejo com rancho folclórico de quase todos os lugares da freguesia para angariar dinheiro para a festa de S. FRANCISCO DE ASSIS.Mais tarde, faziam-se só dois cortejos: NORTE E SUL DA IGREJA.Os lugares rivalizavam para ver qual o que levava o melhor e mais bonito cortejo e também qual o que angariava mais dinheiro para a dita festa.Também cada qual procurava levar as danças que mais agradassem às pessoas a realizar no SOUTO DA RODA um mês antes das festas.Na dita eira, o Sr. Roquinho deixava-nos fazer os ensaios para o rancho do "lugar do saibro", sendo que ainda dava de beber (vinho do seu) a quem lá ensaiava.Passo lá de quando em vez para matar saudades deste sítio, pois também morei muitos anos próximo da dita eira.

"O FORNO A LENHA DE MINHA MÃE"
Vou reportar-me ao tempo em que minha mãe (e outras) cozia pão no forno a lenha. Lembro-me que minha mãe deixava sempre de uma fornada de massa um bocadinho, da mesma, para servir de fermento para a próxima cozedura. Este bocadinho de massa ficava num cantinho da masseira (gamela) e quando fosse fazer nova cozedura acrescentava a farinha que queria cozer, que normalmente era uma rasa de medida e amassava até ficar pronta a levedar.
Então juntava a massa num monte e com a mão direita estendida ia fazendo uma cruz enquanto dizia uma ladainha.A ladainha era assim:"S. VICENTE TE ACRESCENTE,S. MAMEDE TE LEVEDE,S. JOÃO TE FAÇA PÃO, E QUE DEUS TE DÊ A BENÇÃO".
Então a minha mãe fazia três ou quatro bolos para comermos quentinhos e também se fazia sopas de vinho com bolo. A seguir lá cozia o pãozinho, que normalmente dava para oito dias. Ai! Velhos tempos... Ai! Minha querida MÃE.
GRUPOS E ASSOCIAÇÕES
Regadas é uma freguesia fértil em grupos e associações. A saber: CENTRO PAROQUIAL, ACSSR, OS CASTIÇOS, GRUPO DESPORTIVO, GRUPO CORAL, CORAL INFANTIL, IRMANDADE FRANCISCANA, RANCHO FOLCLORICO, CLUB ALFA, PEDESTERIANISMO, GRUPO DE CONCERTINAS, AMIGOS DA BORGA, AGRUPAMENTO DE ESCUTEIROS E GUIAS DE PORTUGAL. Refira-se que houve um outro, o "conjunto típico flor da aldeia", que em 1975 foi fundado por alguns rapazes e raparigas de Regadas. Eram eles(as):TONIO TEIXEIRA VIELA, ZÉ TEIXEIRA VIELA, ADÉRITO, ZÉ MARIA CHOUPO, QUIM VILELA, CELESTE LEMOS, ALICE DO SOUTINHO e CONCEICÃO. Este conjunto não chegou a estar registado em qualquer associação, porque com o casamento de uns, o serviço militar de outros e a falta de apoios não conseguiu vingar. A vestimenta deste grupo era casaco vermelho e calça preta e toda a fazenda para esta roupa nos foi oferecida pelo Sr. Eugénio Fernandes (génio pedras). Foi pena este grupo não ter vingado, pois era muito admirado pelas pessoas de Regadas. QUERO DEIXAR AQUI UMA PALAVRA DE GRATIDÃO AO SR. GÉNIO PELA AJUDA QUE NOS DEU.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cultura: 1,2,3 ACÇÃO

A Cultura em Fafe pode estar a mudar. Ainda que os recursos ainda sejam escassos, já se pode encontrar muita informação na internet, graças a um grupo de indivíduos, cada um ao seu estilo, que vão recolhendo, investigando e colocando informação online. Para melhor facilitar a comunicação, sem acordos prévios, as ligações a sites/blogs diferentes aproxima o que cada um vai fazendo e, deste modo, aproxima a cultura de várias partes do concelho.
Como não poderia deixar de ser, a Gazeta de Regadas tem um projecto de ‘promoção e divulgação’ cultural, onde os grupos da terra, as instituições e pessoas com trabalhos individuais (artesanato, história, poesia, canções, contos…) marcam uma presença indiscutível na cultura de uma região que, aos poucos, se começa a afirmar.
Ainda que ainda muito despido de informação, o site http://gazetaderegadas.blog.com/ reúne já uma série de dados que podem ser úteis para uma apresentação primeira da Freguesia de Regadas, que aos poucos terá um tratamento mais profundo na sua já longa existência.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Património

Casa abrasonada (Cortinhas)


Fonte de Cortinhas

Cruzeiro (Devesa)
Espigueiro (Cortinhas)


Alpendre (Loureiro)
Espigueiro (Fund'Vila)

Moinhos (Contenças)


Moinho (Fund'Vila)

Coretos (Souto-da-Roda)


Pré-Escola

Rio do Avial

Escola Primária n.º 2
Aqueduto (Rio/Serdadêlo)