António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
Ó Iraque, Iraque
Terra rica, terra pobre,
Por tantos és odiada;
Que mal cometeste tu
Para seres tão bombardeada?
As crianças não brincam, não riem,
Os velhinhos ficam mudos;
Há um silêncio de morte,
E cada um fica à espera,
À espera da sua sorte.
É a árvore que não se agita;
É o breu que te ensombra,
Será que as estrelas brilham?
Até os rios serenam;
Os pássaros não cantam,
Os cães não ladram!
Continua o silêncio de morte;
Então; as bombas rebentam,
E ditam… a tua sorte.
domingo, 28 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A quinta coluna
Mário Hattos (31/10/2010)
De virtudes desprovidas
Guiados pelo ancião
Silenciosos como o ladrão
Fizeram-se subversivos
Por caminhos escondidos
Porque sem aptidão
Temiam que a razão
Os deixasse logo vencidos
Agora, submetidos
À vontade do vilão
Sem norte, perdidos
Clamam pela atenção
Dos corações encardidos
Que no podre trono estão.
De virtudes desprovidas
Guiados pelo ancião
Silenciosos como o ladrão
Fizeram-se subversivos
Por caminhos escondidos
Porque sem aptidão
Temiam que a razão
Os deixasse logo vencidos
Agora, submetidos
À vontade do vilão
Sem norte, perdidos
Clamam pela atenção
Dos corações encardidos
Que no podre trono estão.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Dor poética
Tiago Cunha
Donde escrevo, cabo de tormentas surdo e mudo,
Impensável de se atravessar por terra ou por mar.
Malditos vermes!
Incompreendidos! Despojados de razão.
Não entendem, aqueles que vivem do suor da caneta.
Fazendo com que mudem de pátria como quem troca de camisa.
Instável e franco, altivo e carinhoso, o poeta será sempre,
Sem pátria.
Percorre milhas e léguas, escorraçado, conhecendo Gregos e Troianos,
Para depois ser roubado, pilhado e privado da razão do seu viver.
O poeta cria o mundo com palavras,
Imitando o Deus do Génese, mas Deus sabia o que iria criar,
O poeta só o sabe depois……………….
Donde escrevo, cabo de tormentas surdo e mudo,
Impensável de se atravessar por terra ou por mar.
Malditos vermes!
Incompreendidos! Despojados de razão.
Não entendem, aqueles que vivem do suor da caneta.
Fazendo com que mudem de pátria como quem troca de camisa.
Instável e franco, altivo e carinhoso, o poeta será sempre,
Sem pátria.
Percorre milhas e léguas, escorraçado, conhecendo Gregos e Troianos,
Para depois ser roubado, pilhado e privado da razão do seu viver.
O poeta cria o mundo com palavras,
Imitando o Deus do Génese, mas Deus sabia o que iria criar,
O poeta só o sabe depois……………….
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Lorena
Álvaro Teixeira
Ela passou e
eu fiquei a olhá-la
Ela me olhou
quando gritei a chamá-la
Ela esperou
que eu dissesse o que queria
Mas continuou
sem me dar a alegria
de ouvir a sua voz…
Quando ela entrou
no carro que a levaria
Para trás olhou
e para mim sorria
Era gigante
o vazio que eu sentia
Quando naquele instante
em silêncio ela partia
sem eu saber p’ra onde…
Mas ela atirou
algo e eu apanhei
Era um cartão
com o qual fiquei
Surpreendido
porque nele me dizia
Faltar-lhe o sentido
sem o qual não podia
fazer ouvir sua voz…
...Lorena chegava
logo acenei a chamá-la
Lorena me olhava
e eu fiquei a olhá-la
Lorena me “ouviu”
dizer-lhe o que queria
Lorena assentiu
dando-me a grande alegria
de ficar comigo..
Ela passou e
eu fiquei a olhá-la
Ela me olhou
quando gritei a chamá-la
Ela esperou
que eu dissesse o que queria
Mas continuou
sem me dar a alegria
de ouvir a sua voz…
Quando ela entrou
no carro que a levaria
Para trás olhou
e para mim sorria
Era gigante
o vazio que eu sentia
Quando naquele instante
em silêncio ela partia
sem eu saber p’ra onde…
Mas ela atirou
algo e eu apanhei
Era um cartão
com o qual fiquei
Surpreendido
porque nele me dizia
Faltar-lhe o sentido
sem o qual não podia
fazer ouvir sua voz…
...Lorena chegava
logo acenei a chamá-la
Lorena me olhava
e eu fiquei a olhá-la
Lorena me “ouviu”
dizer-lhe o que queria
Lorena assentiu
dando-me a grande alegria
de ficar comigo..
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Poesia-Álvaro Teixeira
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Mulher, Flor, Jardim
António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
A mulher é um jardim
Que merece muito amor,
A mulher é um ser puro,
A mulher é um ser belo,
A mulher é uma flor.
Ninguém despreze a mulher,
E pela Flor haja respeito,
Não vá o jardim zangar-se
E até querer vingar-se
Por ser um jardim desfeito.
Se o jardim se zangar
e flores não produzir
É porque se quis vingar
De quem ousou maltratar
A flor, para o ferir.
A mulher é um jardim
Que merece muito amor,
A mulher é um ser puro,
A mulher é um ser belo,
A mulher é uma flor.
Ninguém despreze a mulher,
E pela Flor haja respeito,
Não vá o jardim zangar-se
E até querer vingar-se
Por ser um jardim desfeito.
Se o jardim se zangar
e flores não produzir
É porque se quis vingar
De quem ousou maltratar
A flor, para o ferir.
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Poesia-António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Álvaro Teixeira
Seios descaídos
De leite esvaziados
Filhos chorando
Esfomeados!
Mãe pobre chorava
Por não poder acudir
Aos filhos que via
Aos poucos a sucumbir!
Também ela com fome
E sem poder caminhar
Como iria arrastar-se
Para os filhos sepultar?!
Gritou… De dor
De joelhos caiu
Mãos levantadas
E a Deus pediu:
- Meu Deus, meu Deus
Fazei que caia do céu
Alimento para meus filhos
Que lhes o não posso dar eu!
De repente sentiu
Que o leite voltou
E percebendo o milagre
Que Deus em si operou
Então d’alegria
Mãe pobre chorou!
Seios descaídos
De leite esvaziados
Filhos chorando
Esfomeados!
Mãe pobre chorava
Por não poder acudir
Aos filhos que via
Aos poucos a sucumbir!
Também ela com fome
E sem poder caminhar
Como iria arrastar-se
Para os filhos sepultar?!
Gritou… De dor
De joelhos caiu
Mãos levantadas
E a Deus pediu:
- Meu Deus, meu Deus
Fazei que caia do céu
Alimento para meus filhos
Que lhes o não posso dar eu!
De repente sentiu
Que o leite voltou
E percebendo o milagre
Que Deus em si operou
Então d’alegria
Mãe pobre chorou!
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Poesia-Álvaro Teixeira
domingo, 7 de novembro de 2010
Chuva
Tiago Cunha
Ela cai, mandada ou de livre vontade, não sei!
As rosas anseiam-na, os animais adoram salpicar-se nela.
Apenas ela nos limpa a sujidade de nos sujarmos,
Não falo da sujidade do homem que trata delicadamente o seu pedaço de terra, aliás isso
nunca foi sujidade, mas sim daquela, que nos faz matar uns aos outros, de odiar a nossa vida.
E de fazer correr lágrimas nos rostos das crianças.
Ela cai, mandada ou de livre vontade, não sei!
As rosas anseiam-na, os animais adoram salpicar-se nela.
Apenas ela nos limpa a sujidade de nos sujarmos,
Não falo da sujidade do homem que trata delicadamente o seu pedaço de terra, aliás isso
nunca foi sujidade, mas sim daquela, que nos faz matar uns aos outros, de odiar a nossa vida.
E de fazer correr lágrimas nos rostos das crianças.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Bernardino Rocha
Amor agora!
Lá fora, longe da penumbra da memória
Deambula vaga e ténue a evidente consciência
Essa que me carrega e faz levitar da escória,
De uma sociedade podre fútil da loucura à demência
Mas na inocência, de cada florescer da eterna vida
Por cada lágrima jovial que te beija o rosto,
E na embriaguez perfumada da tua existência,
O apelo que aperta o meu pulsar frágil e gasto.
Eras tu na brisa dissolvida numa aurora
Flamejante, louca com teu odor inebriante.
És o arrepio que me trespassa na constante fúria,
No nunca relutante desejo de te possuir. Amor agora!
Já
Já não bastava a dor de não ter,
A dor de querer o que na dor não quero.
Já não bastava no sonho a tentação,
A luz na noite romper com a escuridão.
Amor agora!
Lá fora, longe da penumbra da memória
Deambula vaga e ténue a evidente consciência
Essa que me carrega e faz levitar da escória,
De uma sociedade podre fútil da loucura à demência
Mas na inocência, de cada florescer da eterna vida
Por cada lágrima jovial que te beija o rosto,
E na embriaguez perfumada da tua existência,
O apelo que aperta o meu pulsar frágil e gasto.
Eras tu na brisa dissolvida numa aurora
Flamejante, louca com teu odor inebriante.
És o arrepio que me trespassa na constante fúria,
No nunca relutante desejo de te possuir. Amor agora!
Já
Já não bastava a dor de não ter,
A dor de querer o que na dor não quero.
Já não bastava no sonho a tentação,
A luz na noite romper com a escuridão.
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Poesia-Bernardino Rocha
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
A sina duma “mulata”
Álvaro Teixeira
Vivia em bairro-de-lata
Vestia roupas remendadas
Mas se sentia já farta
De tantas lágrimas choradas
Mala feita já partiu
Sem um destino traçado
E jamais alguém a viu
Naquele bairro “ensombrado”.
A viagem terminada
Um emprego procurou
Mas já se desesperava
Quando por fim o encontrou
Bom salário oferecido
“Bom de mais p’ra acreditar”
E o que tinha percebido
Se viria a confirmar
Correu então para a linha
Do comboio que passaria
E o que de mau a vida tinha
Para si, acabaria.
Vivia em bairro-de-lata
Vestia roupas remendadas
Mas se sentia já farta
De tantas lágrimas choradas
Mala feita já partiu
Sem um destino traçado
E jamais alguém a viu
Naquele bairro “ensombrado”.
A viagem terminada
Um emprego procurou
Mas já se desesperava
Quando por fim o encontrou
Bom salário oferecido
“Bom de mais p’ra acreditar”
E o que tinha percebido
Se viria a confirmar
Correu então para a linha
Do comboio que passaria
E o que de mau a vida tinha
Para si, acabaria.
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Poesia-Álvaro Teixeira
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
jorro
Jorge Pimentel (1998)
Brotam as águas das fontes
Lúcidas no andar leve
Bóiam tílias verdejantes
No incêndio que deve…
Surge o calor do indeciso dia
Que se liga humildemente
Ao jorro translunar que ia
Consciente sem rumo nem mente.
De que lume ríspido saíste?
Que incêndio cabal traíste?
Que deseja do negro aquoso?
De novo me perdi na margem
Direita ou esquerda do meu centro
Sem destino que incêndio cativas?
Brotam as águas das fontes
Lúcidas no andar leve
Bóiam tílias verdejantes
No incêndio que deve…
Surge o calor do indeciso dia
Que se liga humildemente
Ao jorro translunar que ia
Consciente sem rumo nem mente.
De que lume ríspido saíste?
Que incêndio cabal traíste?
Que deseja do negro aquoso?
De novo me perdi na margem
Direita ou esquerda do meu centro
Sem destino que incêndio cativas?
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Poesia-Jorge Pimentel
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Meu País… Meu País
António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
Que raio de país é este,
Que nos parte os corações?
Uns trabalham de gravata
O trabalho não os mata
E ganham muitos milhões.
Mas há outros em desespero
E de cabeça perdida,
Eu partem p’ró estrangeiro
Para ganhar algum dinheiro
Mas sempre a arriscar a vida.
O País que agora temos
Não é o que eu conheci,
Pois muito me entristece
A às vezes me apetece
Fugir para longe daqui.
Peço aos nossos decisores
Que levantem o nosso país,
Para ver se o nosso povo
Começa a sorrir de novo
E volta a ser feliz.
Que raio de país é este,
Que nos parte os corações?
Uns trabalham de gravata
O trabalho não os mata
E ganham muitos milhões.
Mas há outros em desespero
E de cabeça perdida,
Eu partem p’ró estrangeiro
Para ganhar algum dinheiro
Mas sempre a arriscar a vida.
O País que agora temos
Não é o que eu conheci,
Pois muito me entristece
A às vezes me apetece
Fugir para longe daqui.
Peço aos nossos decisores
Que levantem o nosso país,
Para ver se o nosso povo
Começa a sorrir de novo
E volta a ser feliz.
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Poesia-António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
A “chinesinha”
Álvaro Teixeira
Tinha cara pequenina
E um sorriso que encantava
Todo aquele que olhava
Sua cara de chinesinha
Vi-a já pela tardinha
Quando a casa regressava
Oh, mas que louco estava
Por sua cara redondinha
Cheguei-me junto da “chinesinha”
Que muito corada ficara
Assim que eu lhe falara
Duma grande paixão minha
Ouviu-me com todo o respeito
Mas depois que eu acabei
Oh, com que tristeza fiquei
Quando me disse: Não aceito.
E eu que esta esperançado
Em conquistar da “chinesinha”
Um beijo de sua boquinha
Fiquei assim desalentado.
Tinha cara pequenina
E um sorriso que encantava
Todo aquele que olhava
Sua cara de chinesinha
Vi-a já pela tardinha
Quando a casa regressava
Oh, mas que louco estava
Por sua cara redondinha
Cheguei-me junto da “chinesinha”
Que muito corada ficara
Assim que eu lhe falara
Duma grande paixão minha
Ouviu-me com todo o respeito
Mas depois que eu acabei
Oh, com que tristeza fiquei
Quando me disse: Não aceito.
E eu que esta esperançado
Em conquistar da “chinesinha”
Um beijo de sua boquinha
Fiquei assim desalentado.
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Poesia-Álvaro Teixeira
PENSAMENTO
António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
NADA ERA, AO NADA HEI-DE VOLTAR”
nada, pó,
fecundidade, geração,
feto,
nascimento, luz, criatura,
crescimento, conhecimento,
sabedoria,
infância, puberdade,
adolescência, adulto,
alegrias, tristezas,
envelhecimento, morte,
terra, pó,
nada.
NADA ERA, AO NADA HEI-DE VOLTAR”
nada, pó,
fecundidade, geração,
feto,
nascimento, luz, criatura,
crescimento, conhecimento,
sabedoria,
infância, puberdade,
adolescência, adulto,
alegrias, tristezas,
envelhecimento, morte,
terra, pó,
nada.
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Poesia-António Teixeira (Chã-de-Ribeiras)
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