quarta-feira, 18 de julho de 2012

Fui do Minho ao Alentejo


António Teixeira (Souto-da-Roda)

Fui do Minho ao Alentejo
Pra fazer uma caçada
Cacei coelhos e lebres
Também cacei minha amada

É uma linda trigueira
Ceifeira no Alentejo
Por amor deixou lá tudo
Agradeci, dei-lhe um beijo

Deixando o Alentejo
Conheceu novo caminho
Despediu-se da família
Veio viver para o Minho

Amor à primeira vista
Do sul veio pró norte
Vivê-lo até morrer
E também ter muita sorte

Justos, seremos felizes
Nada nos vai separar
Com apoio um ao outro
Até a morte chegar

Que lindos são os teus olhos


António Teixeira (Souto-da-Roda)

Que linos são os teus olhos
Que beleza o teu olhar
Que perfeito esse teu corpo
A natureza quis dar

A natureza é bondosa
Eu posso agradecer
Que cuide bem do teu corpo
Meu amor até morrer

Quando beijo os teus lábios
O meu corpo estremece
Meu coração bate forte
Parece que desfalece

A juventude já lá vai
Eu continuo a amar
Dentro do meu coração
Tua imagem vai ficar

Mesmo depois de morrer
Será sempre uma paixão
Peço que me feixes os olhos
Antes de fechar o caixão

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O caracol


António Teixeira (Souto-da-Roda)

Vai caindo a noite
Já não temos sol
Lá no meu jardim
Vive o caracol

Com a casa às costas
Ele vai comendo
Tudo quanto é verde
É seu alimento

Come toda a noite
Sempre sem parar
Ervas e flores
Até se fartar

De cravos a rosas
Tudo ele cobiça
Mas o que mais gosta
É a hortaliça

Ao romper d’ aurora
Volta a recolher
No meio das ervas
Tem que se esconder

E cá vai andando
Não suporta o sol
Nestes verdes campos
Vive o caracol

Fui a Fátima rezar


António Teixeira (Souto-da-Roda)

Fui a Fátima rezar
Pedir à Virgem Maria
Que me guiasse no mundo
Com a sua companhia

Os sinos estavam tocando
Chamando por todos nós
Tanta gente estava junta
Eram pais, netos e avós

Pra junto daquela imagem
O povo ia chegando
De joelhos a seus pés
Todos estavam rezando

Cumpri a minha promessa
De joelhos caminhei
Pra junto daquele altar
Aos pés dela eu rezei

Ouvi terço ouvi missa
Tudo com grande emoção
A saudade vai comigo
Dentro do meu coração

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Encontro com a felicidade

Álvaro Teixeira

De repente apareces tu e pronto:
Tudo agora faz sentido.
Tudo agora me serve de pretexto para dizer:
Como é bela a vida!
Como é belo o presente que me fora dado,
Presente esse que és tu!
Agora sinto preenchido o vazio que a tua
Ausência em mim provoca.
Acabaram-se as saudades do futuro.
Agora só existe Presente, porque este Presente
terá a duração da minha vida terrena.
E se depois, nos céus, me for possível amar-te,
Amar-te-ei eternamente e assim
Este Presente será eterno.
Nem sequer terei saudades do Passado, pois,
Não existe Passado desde que apareceste.
É que o Passado antes de ti, que então eu dividia
Em pequenos Presentes, fora de tal forma angustiante
Que jamais quero lembrá-lo.
Encontrar-te foi encontrar-me com a felicidade.
E quem não quer ser feliz eternamente?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Agora…

Mário Hattos

Figurantes, figurinhas

Numa união sem nexo

Assustadas, coitadinhas

Tudo agora é complexo


Agora estão mansinhas

Em contraste com o começo

Já se foram as palmadinhas

Tudo agora é complexo


Suas caras sisudinhas

São consequência(zinhas)

Pela falta de arremesso


E se não há obrazinhas

P’rás pobres criaturinhas

Tudo agora é complexo.


31/10/2010